O Grupo Petrópolis, que possui marcas conhecidas como Itaipava, Crystal e Petra, entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro devido a dívidas que totalizam R$ 4,2 bilhões. De acordo com a defesa da empresa, 52% dessas dívidas são com fornecedores e terceiros, enquanto os 42% correspondem a passivos financeiros. No entanto, a empresa conseguiu uma tutela cautelar de urgência da Justiça que determinou a liberação dos recursos pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa para evitar o estrangulamento iminente do fluxo de caixa.
A empresa enfrenta uma crise de liquidez há 18 meses devido à redução da receita, conforme indicado no pedido de recuperação judicial. No ano passado, a Petrópolis vendeu 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, o que representou uma queda de 23% em comparação com 2020.
Isso resultou em uma redução de 17% na receita bruta, enquanto os custos do setor aumentaram e não foram repassados ao consumidor. Além disso, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, também contribuiu para a situação do grupo, gerenciando o nível de endividamento e gerando um impacto de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da empresa.
A Petrópolis afirma que, até o final de março, haverá uma necessidade de capital de giro acumulado em R$ 360 milhões, o que é superior ao projetado para o período. Por causa desses fatores, exógenos e alheios ao controle da empresa, houve uma crise de ingestão sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o pedido de recuperação judicial.
No entanto, a empresa ainda busca preservar seus negócios e manter um bom relacionamento com seus fornecedores e parceiros comerciais. Em suma, a Petrópolis espera que a recuperação judicial possa ajudar a adequar sua estrutura de capital e fortalecer sua operação.
